*Extraído do site:
(Altissimamente recomendado!)
Nisargadatta Maharaj
Você tem apenas dois caminhos:
você
pode dar o seu coração e mente à auto-descoberta,
ou aceitar as minhas
palavras com confiança e agir com base nelas.
Em outras palavras, ou
você torna-se completamente autocentrado,
ou completamente não
autocentrado.
É a palavra “completamente” que é importante.
Você deve
ser extremo para alcançar o Supremo.
Existe um caminho aberto a todos,
independentemente de seu estágio e estilo de vida.
Todos estão
conscientes de si mesmos.
O aprofundamento e alargamento da
autoconsciência é o caminho real. Quer você chame isso de plena
consciência,
testemunhar, ou apenas atenção – é para todos.
Ninguém é
imaturo para isso e ninguém falhará.
Você não é nada observável ou
imaginável.
No entanto, sem você não pode haver nem percepção nem
imaginação. Você observa o coração sentindo, a mente pensando,
o corpo
agindo – o próprio ato de perceber
mostra que você não é o que percebe.
Pode haver qualquer experiência, qualquer percepção sem você?
Falando genericamente,
existem dois
caminhos: externo e interno.
Ou você vive com alguém que conhece a
Verdade
e se submete completamente à sua influência e instrução,
ou
então você busca o guia interior
e segue a luz interior onde quer que
ela o leve.
Em ambos os casos os seus desejos pessoais
e medos devem ser
desconsiderados.
Você aprende ou por proximidade ou por investigação,
o
caminho passivo ou ativo.
Rejeite todos os pensamentos
exceto um:
o pensamento “Eu Sou”.
A mente irá se rebelar no início,
mas
com paciência e perseverança ela sucumbirá e permanecerá quieta. Uma vez
que você torne-se silencioso,
as coisas começarão a acontecer
naturalmente e bem naturalmente,
sem nenhuma interferência de sua parte.
Mantenha em mente o sentimento “Eu Sou”,
mergulhe nele, até que sua mente e esse sentimento tornem-se um.
Através de tentativas repetitivas
você esbarrará no equilíbrio correto
de atenção e afeição,
e sua mente ficará firmemente estabelecida
no
pensamento-sentimento “Eu Sou”.
O que quer que faça, diga, ou pense,
este sentimento de ser imutável
e terno permanece como o pano de fundo
da mente,
sempre presente.
Se você confia em mim,
acredite
quando eu lhe digo que você é a pura Percepção
que ilumina o campo da
consciência e seus infinitos conteúdos.
Perceba isso e viva de acordo
com tal verdade.
Se você não acredita em mim,
então volte-se para dentro
e investigue “quem sou eu?”
ou então concentre sua mente no “Eu Sou”,
que é o ser puro e simples.
Quaisquer vícios ou fraquezas que
nós descobrimos
e entendemos suas causas e natureza
é superado pelo
nosso próprio saber;
o inconsciente se dissolve ao emergir ao
consciente.
Assim que você perceber
que a pessoa
nada mais é do que uma sombra da realidade,
mas não a realidade em si,
você cessa de sofrer e preocupar-se.
Você concorda em ser guiado de
dentro,
e a vida se torna uma jornada rumo ao desconhecido.
Tudo o que é, sou eu, tudo o que existe, é meu.
Antes de todos os inícios, após todos os fins – EU SOU.
Para saber o que você é
você precisa
primeiro investigar
e saber o que você não é.
E para saber o que você
não é
você precisa observar-se cuidadosamente,
rejeitando tudo o que não
necessariamente acompanha o fato básico:
“Eu Sou”.
[…] Separe de forma
consistente e perseverante o “Eu Sou”
do “isto” e “aquilo”, e tente
sentir o que significa apenas ser,
sem ser “isto” ou “aquilo”.
Todos os
nossos hábitos vão contra isto,
e a tarefa de lutar contra eles é longa e
às vezes difícil,
mas a clara compreensão ajuda muito.
Nutrir ideias como “eu sou um
pecador”
ou “eu não sou pecador”, é pecado.
Identificar-se com o
particular é todo o pecado que há.
O impessoal é real;
o pessoal surge e
desaparece.
“Eu Sou” é o Ser impessoal.
“Eu sou isso” é a pessoa.
A
pessoa é relativa, enquanto que o puro Ser é fundamental.
Quando você começa a questionar o seu sonho,
o despertar não está longe.
Minha experiência é que tudo é
felicidade.
Mas o desejo por felicidade causa dor.
Assim, a felicidade
se torna uma semente de dor.
Todo o universo de sofrimento nasce do
desejo.
Abandone o desejo por prazer
e você nem mesmo saberá o que é a
dor.
Tudo deve ser levado ao escrutínio
e
o desnecessário deve ser cruelmente destruído.
Acredite em mim,
não
pode haver destruição demais.
Pois na Realidade nada possuí valor
intrínseco.
Seja apaixonadamente desapaixonado – isso é tudo.
Assim como o gosto do sal está em
todo o grande oceano,
e cada gota de água do mar carrega o mesmo sabor,
assim cada experiência me dá o toque da realidade,
a realização sempre
nova de meu próprio ser.
A humildade e o silêncio são essenciais a qualquer buscador,
por mais avançado que seja.
Na verdade cada passo lhe traz ao
seu objetivo,
porque estar sempre a caminho,
aprendendo, descobrindo,
desdobrando, é seu eterno destino.
Viver é o único propósito da vida.
O
Eu Real não se identifica com sucesso
ou fracasso – a própria ideia de
tornar-se isso ou aquilo é impensável.
Ninguém jamais falha no Yoga.
A
batalha é sempre ganha,
pois é uma batalha entre o verdadeiro e o falso.
O falso não tem chance alguma.
[…] Tudo é uma questão de ritmo de
progresso.
Os rápidos não são melhores do que os lentos.
Amadurecimento
rápido e amadurecimento devagar se alternam.
Ambos são naturais e
certos.
[…] Ainda assim, tudo isto está na mente apenas.
Como eu vejo,
não há nada disso.
No grande espelho da consciência as imagens surgem e
desaparecem,
e apenas a memória lhes dá continuidade.
E a memória é
material – destrutível, perecível, passageira.
Sobre essa fundação
frágil
nós construímos nosso sentimento de existência pessoal – vago,
intermitente, ilusório.
Assim como um homem que tem dor de
cabeça
conhece a dor e também que ele não é a dor,
eu também conheço o
sonho,
eu sonhando, e eu não sonhando – tudo ao mesmo tempo.
Eu sou o
que sou antes, durante, e depois do sonho.
Mas o que eu vejo no sonho,
isso eu não sou.
A própria ideia de ir além do sonho é
ilusória.
Por que ir a lugar algum?
Apenas perceba que você está
sonhando um sonho que chama de mundo, e pare de procurar por saídas.
O
sonho não é seu problema.
Seu problema é que você gosta de uma parte do
sonho mas não da outra. Ame tudo, ou nada, e pare de reclamar.
Quando
você vir o sonho como um sonho,
terá feito tudo que é necessário fazer.
Você precisa de maturidade de mente e
coração,
e ela vem através da aplicação esforçada, na sua vida diária,
de tudo aquilo que você tenha aprendido, por menor que seja.
A vida é o supremo Guru;
esteja
atento a suas lições e obedeça a suas instruções.
Quando você
personaliza a sua fonte, você tem o Guru exterior;
quando você toma os
ensinamentos diretamente da vida,
o Guru está no interior.
Lembre,
questione-se, reflita, viva com ele,
ame-o, cresça nele, cresça com ele,
faça-o seu – o ensinamento de seu Guru, interior ou exterior.
A mente pura vê as coisas como elas
são – bolhas na consciência.
Essas bolhas estão aparecendo,
desaparecendo,
e reaparecendo – sem ter uma existência real.
Nenhuma
causa em particular lhes pode ser apontada,
já que cada uma é causada
por todas e afeta a todas.
O que foi alcançado poderá ser
perdido novamente.
Apenas quando você realizar a verdadeira paz, a paz
que nunca perdeu, esta paz permanecerá com você, já que ela nunca esteve
longe.
Ao invés de buscar algo que você não tem,
descubra aquilo que
você nunca perdeu.
A felicidade de ser completamente livre é indescritível.
Esses são todos sinais de um
crescimento inevitável.
Não tenha medo, não resista, não atrase.
Seja o
que você é.
Não há nada a temer.
Confie e tente.
Experimente
honestamente.
Dê uma chance ao seu verdadeiro Ser para que ele molde a
sua vida.
Você não se arrependerá.
O que são o nascimento e a morte
senão o início e o fim de uma sequência de eventos na consciência?
(…)
Tenha o seu ser fora deste corpo de vida e morte
e todos os seus
problemas cessarão.
Eles existem porque você acredita que nasceu para
morrer.
Desiluda-se e liberte-se.
Você não é uma pessoa.