(Eu havia escrito o pequeno texto seguinte pensando na ansiedade de se falar em público, mas ele pode ser entendido também pela perspectiva da ansiedade de aproximação...)
"Consentir a própria morte e renascer, não é fácil" - Frederick Pels.
O neurótico não é alguém que teve um problema no passado, mas sim, alguém que tem um contínuo problema no aqui-agora, uma deficiência na qualidade de awareness (consciência).
O neurótico age como se fosse um ator, fixado em determinados papéis sociais bem específicos. Pode saber atuar como filho, pode saber atuar como pai, como professor ou estudante... mas quando surge uma situação nova ou inesperada para a qual ele não tem um papel específico, conhecido e familiar... surge a ansiedade diante de tal novidade. Ele carece da natural espontaneidade e criatividade para agir no aqui-agora. Fora dos seus papéis sociais conhecidos, o neurótico sente-se perdido e deslocado, falta-lhe a habilidade de responder, de se permitir auto-regular. É tomado por fantasias catastróficas sobre o que vai acontecer diante de uma situação nova...
De acordo com a proposta gestáltica, é pela tomada de consciência de sua real condição, pelo conhecimento de como ele produz sua ansiedade, pela percepção de como evita a nova situação, que ela pode ser finalmente resolvida.
"A ansiedade é a excitação, o élan vital que carregamos conosco, e que se torna estagnado se estamos incertos quanto ao papel que devemos desempenhar" - Frederick Perls.
