sábado, 7 de janeiro de 2017

Nisargadatta Maharaj - Pensamentos

Resultado de imagem para nisargadatta maharaj 
*Extraído do site: 
(Altissimamente recomendado!)


Nisargadatta Maharaj

Você tem apenas dois caminhos: 
você pode dar o seu coração e mente à auto-descoberta, 
ou aceitar as minhas palavras com confiança e agir com base nelas. 
Em outras palavras, ou você torna-se completamente autocentrado, 
ou completamente não autocentrado. 
É a palavra “completamente” que é importante. 
Você deve ser extremo para alcançar o Supremo.


Existe um caminho aberto a todos, 
independentemente de seu estágio e estilo de vida. 
Todos estão conscientes de si mesmos. 
O aprofundamento e alargamento da autoconsciência é o caminho real. Quer você chame isso de plena consciência, 
testemunhar, ou apenas atenção – é para todos. 
Ninguém é imaturo para isso e ninguém falhará.


Você não é nada observável ou imaginável. 
No entanto, sem você não pode haver nem percepção nem imaginação. Você observa o coração sentindo, a mente pensando, 
o corpo agindo – o próprio ato de perceber 
mostra que você não é o que percebe. 
Pode haver qualquer experiência, qualquer percepção sem você?


Falando genericamente, 
existem dois caminhos: externo e interno. 
Ou você vive com alguém que conhece a Verdade 
e se submete completamente à sua influência e instrução, 
ou então você busca o guia interior 
e segue a luz interior onde quer que ela o leve. 
Em ambos os casos os seus desejos pessoais 
e medos devem ser desconsiderados. 
Você aprende ou por proximidade ou por investigação, 
o caminho passivo ou ativo.


Rejeite todos os pensamentos exceto um: 
o pensamento “Eu Sou”. 
A mente irá se rebelar no início, 
mas com paciência e perseverança ela sucumbirá e permanecerá quieta. Uma vez que você torne-se silencioso, 
as coisas começarão a acontecer naturalmente e bem naturalmente, 
sem nenhuma interferência de sua parte.


Mantenha em mente o sentimento “Eu Sou”, 
mergulhe nele, até que sua mente e esse sentimento tornem-se um. Através de tentativas repetitivas 
você esbarrará no equilíbrio correto de atenção e afeição, 
e sua mente ficará firmemente estabelecida 
no pensamento-sentimento “Eu Sou”. 
O que quer que faça, diga, ou pense, 
este sentimento de ser imutável 
e terno permanece como o pano de fundo da mente, 
sempre presente.


Se você confia em mim, 
acredite quando eu lhe digo que você é a pura Percepção 
que ilumina o campo da consciência e seus infinitos conteúdos. 
Perceba isso e viva de acordo com tal verdade. 
Se você não acredita em mim, 
então volte-se para dentro e investigue “quem sou eu?” 
ou então concentre sua mente no “Eu Sou”, 
que é o ser puro e simples.


Quaisquer vícios ou fraquezas que nós descobrimos 
e entendemos suas causas e natureza 
é superado pelo nosso próprio saber; 
o inconsciente se dissolve ao emergir ao consciente.


Assim que você perceber 
que a pessoa nada mais é do que uma sombra da realidade, 
mas não a realidade em si, 
você cessa de sofrer e preocupar-se. 
Você concorda em ser guiado de dentro, 
e a vida se torna uma jornada rumo ao desconhecido.


Tudo o que é, sou eu, tudo o que existe, é meu. 
Antes de todos os inícios, após todos os fins – EU SOU.


Para saber o que você é 
você precisa primeiro investigar 
e saber o que você não é. 
E para saber o que você não é 
você precisa observar-se cuidadosamente, 
rejeitando tudo o que não necessariamente acompanha o fato básico: 
Eu Sou”. 
[…] Separe de forma consistente e perseverante o “Eu Sou” 
do “isto” e “aquilo”, e tente sentir o que significa apenas ser, 
sem ser “isto” ou “aquilo”. 
Todos os nossos hábitos vão contra isto, 
e a tarefa de lutar contra eles é longa e às vezes difícil, 
mas a clara compreensão ajuda muito.


Nutrir ideias como “eu sou um pecador” 
ou “eu não sou pecador”, é pecado. 
Identificar-se com o particular é todo o pecado que há. 
O impessoal é real; 
o pessoal surge e desaparece. 
“Eu Sou” é o Ser impessoal. 
“Eu sou isso” é a pessoa. 
A pessoa é relativa, enquanto que o puro Ser é fundamental.


Quando você começa a questionar o seu sonho, 
o despertar não está longe.


Minha experiência é que tudo é felicidade. 
Mas o desejo por felicidade causa dor. 
Assim, a felicidade se torna uma semente de dor. 
Todo o universo de sofrimento nasce do desejo. 
Abandone o desejo por prazer 
e você nem mesmo saberá o que é a dor.


Tudo deve ser levado ao escrutínio 
e o desnecessário deve ser cruelmente destruído. 
Acredite em mim, 
não pode haver destruição demais. 
Pois na Realidade nada possuí valor intrínseco. 
Seja apaixonadamente desapaixonado – isso é tudo.


Assim como o gosto do sal está em todo o grande oceano, 
e cada gota de água do mar carrega o mesmo sabor, 
assim cada experiência me dá o toque da realidade, 
a realização sempre nova de meu próprio ser.


A humildade e o silêncio são essenciais a qualquer buscador, 
por mais avançado que seja.


Na verdade cada passo lhe traz ao seu objetivo, 
porque estar sempre a caminho, 
aprendendo, descobrindo, desdobrando, é seu eterno destino. 
Viver é o único propósito da vida. 
O Eu Real não se identifica com sucesso 
ou fracasso – a própria ideia de tornar-se isso ou aquilo é impensável.


Ninguém jamais falha no Yoga. 
A batalha é sempre ganha, 
pois é uma batalha entre o verdadeiro e o falso. 
O falso não tem chance alguma. 
[…] Tudo é uma questão de ritmo de progresso. 
Os rápidos não são melhores do que os lentos. 
Amadurecimento rápido e amadurecimento devagar se alternam. 
Ambos são naturais e certos. 
[…] Ainda assim, tudo isto está na mente apenas. 
Como eu vejo, não há nada disso. 
No grande espelho da consciência as imagens surgem e desaparecem, 
e apenas a memória lhes dá continuidade. 
E a memória é material – destrutível, perecível, passageira. 
Sobre essa fundação frágil 
nós construímos nosso sentimento de existência pessoal – vago, intermitente, ilusório.


Assim como um homem que tem dor de cabeça 
conhece a dor e também que ele não é a dor, 
eu também conheço o sonho, 
eu sonhando, e eu não sonhando – tudo ao mesmo tempo. 
Eu sou o que sou antes, durante, e depois do sonho. 
Mas o que eu vejo no sonho, isso eu não sou.


A própria ideia de ir além do sonho é ilusória. 
Por que ir a lugar algum? 
Apenas perceba que você está sonhando um sonho que chama de mundo, e pare de procurar por saídas. 
O sonho não é seu problema. 
Seu problema é que você gosta de uma parte do sonho mas não da outra. Ame tudo, ou nada, e pare de reclamar. 
Quando você vir o sonho como um sonho, 
terá feito tudo que é necessário fazer.


Você precisa de maturidade de mente e coração, 
e ela vem através da aplicação esforçada, na sua vida diária, 
de tudo aquilo que você tenha aprendido, por menor que seja.


A vida é o supremo Guru; 
esteja atento a suas lições e obedeça a suas instruções. 
Quando você personaliza a sua fonte, você tem o Guru exterior; 
quando você toma os ensinamentos diretamente da vida, 
o Guru está no interior. 
Lembre, questione-se, reflita, viva com ele, 
ame-o, cresça nele, cresça com ele, 
faça-o seu – o ensinamento de seu Guru, interior ou exterior.


A mente pura vê as coisas como elas são – bolhas na consciência. 
Essas bolhas estão aparecendo, desaparecendo, 
e reaparecendo – sem ter uma existência real. 
Nenhuma causa em particular lhes pode ser apontada, 
já que cada uma é causada por todas e afeta a todas.


O que foi alcançado poderá ser perdido novamente. 
Apenas quando você realizar a verdadeira paz, a paz que nunca perdeu, esta paz permanecerá com você, já que ela nunca esteve longe. 
Ao invés de buscar algo que você não tem, 
descubra aquilo que você nunca perdeu.


A felicidade de ser completamente livre é indescritível.


Esses são todos sinais de um crescimento inevitável. 
Não tenha medo, não resista, não atrase. 
Seja o que você é. 
Não há nada a temer. 
Confie e tente. 
Experimente honestamente. 
Dê uma chance ao seu verdadeiro Ser para que ele molde a sua vida. 
Você não se arrependerá.


O que são o nascimento e a morte 
senão o início e o fim de uma sequência de eventos na consciência? 
(…) Tenha o seu ser fora deste corpo de vida e morte 
e todos os seus problemas cessarão. 
Eles existem porque você acredita que nasceu para morrer. 
Desiluda-se e liberte-se. 
Você não é uma pessoa.

Papaji - Pensamentos

Resultado de imagem para papaji

(Altissimamente recomendado!)

Papaji

Fique quieto, não pense, não faça esforço algum. 
Para estar aprisionado é necessário algum esforço, 
mas não para ser livre. 
A Paz está além do pensamento e do esforço. 
Não pense e não faça nenhum esforço, 
porque isso apenas obscurecerá Aquilo, mas não o revelará. 
É por isso que permanecer em silêncio 
é a chave do oceano de amor e paz.
Essa quietude é a não mente; esse não-pensamento é a liberdade. Identifique-se com este Nada, esse Silêncio, 
mas tome cuidado para não fazer disso uma experiência, 
pois aí seria a mente aplicando-lhe um truque 
com a armadilha da dualidade.


Quando você se questiona “quem está pensando?” você interrompe o processo mental e retorna à sua verdadeira natureza.


O despertar perfeito é possível aqui e agora, 
para todos os seres humanos, independente da sua educação, 
prática, ou circunstâncias pessoais. 
Você já é livre! Qualquer coisa nova que seja obtida será perdida. 
O que é interno está sempre dentro de você, como seu Eu Real. 
Este é o substrato imutável sobre o qual suas esperanças 
e desejos são refletidos. 
São essas esperanças e desejos que ocultam a sempre-pura Consciência. O Eu Real revelará a si mesmo para si mesmo 
em um piscar de olhos assim que você abandonar toda esperança 
e desejo, que são doenças da mente. 
Mantenha-se em silêncio. 
Não deixe que surja nenhum pensamento. 
Não faça nenhum esforço 
e então em um instante descobrirá que você sempre foi livre.


Você é aquilo dentro do qual todos os acontecimentos acontecem. 
O que acontece deve acontecer, então permaneça enquanto Paz, 
não afetado por nada. 
Seja pacífico e esta Paz se espalhará.


A melhor posição a tomar é aquela de não esquecer-se.
 Cumpra seu papel no mundo, 
mas não esqueça que tudo é apenas uma peça no palco. 
(…) Se você viver assim, sabendo que você é o Eu Real, 
poderá agir em qualquer lugar. 
Se você souber disso, 
todas as suas atividades serão muito bonitas, e você nunca irá sofrer. 
Quando você tiver um insight, uma experiência desse vazio, 
você estará feliz o tempo todo, pois saberá que toda a manifestação, 
todo samsara, é a sua própria projeção.


Para alcançar a felicidade, simplesmente não pense, não deseje, mantenha-se em silêncio, porque pensamentos são o cemitério.


Se o desejo por liberdade é contínuo, todos os hábitos mentais 
e distrações cairão por terra. 
Pense apenas na Liberdade e você se tornará Liberdade, 
porque você é o que pensa. 
Pense no Ser com a mesma persistência de uma dor de dente.


Dentre seis bilhões de pessoas e inúmeros bilhões de animais, 
quantos realmente desejam a liberdade? Quantos? 
Eu diria que vinte seria uma estimativa generosa. 
É um número muito pequeno. 
Eles são pessoas de sorte. 
Eles têm uma montanha de sorte, uma montanha de méritos passados. Apenas quando você tem uma montanha de méritos 
você realmente desejará a liberdade.


Se você não pedir nada e não desejar nada, tudo lhe será dado.


Este ciclo interminável é alimentado pelo desejo, 
o desejo de desfrutar de objetos sensoriais em um corpo. 
Quando cessa o desejo, o ciclo também cessa. 
Este aparentemente interminável ciclo de nascimentos 
e mortes cessa com a cessação do desejo. 
Não apenas o nascimento e morte cessam. 
Quando cessa o desejo, o universo mesmo cessa, 
como se nunca houvesse existido. 
É assim que é.


Os desejos serão um problema quando deixarem traços na mente. 
Os traços é que são perigosos, e não os desejos em si. 
Quando um pássaro voa, ele não deixa marcas no ar. 
Quando um peixe nada, 
ele não deixa qualquer marca na superfície da água. 
Se nós pudéssemos viver sem deixar quaiquer traços 
ou marcas na mente, nós não teríamos problema algum.


Silêncio é abandonar todo o tornar-se, 
todos os pensamentos, todas as intenções, todos os conceitos. 
Simplesmente fique em silêncio.


A autoinquiriação é a verdadeira meditação, concentração na Consciência. Esta Consciência revelará a verdade para si mesma: 
nenhum sujeito e nenhum objeto. 
A decisão “Apenas o Ser é real” é meditação. 
Não direcione a sua mente ao passado ou futuro, 
mas deixe-a permanecer no aqui-agora sem vacilar, e medite. 
Medite apenas sobre quem é o meditador. 
(…) Meditação significa não fazer esforço algum, 
não agitar nenhum pensamento. 
Não é uma busca, porque a busca o faz perdê-la. 
Meditação é conduzir sem esforço a mente 
em direção àquela Energia que vivifica a mente.


A suprema devoção é não despertar qualquer pensamento.


Podemos dizer que existem duas formas de expressar o que o Eu Real é: amor (bhakti) e sabedoria (jnana). 
Estas são também as formas de conhecê-lo. 
Na vichara, autoinquirição, você busca a fonte do pensamento. 
Você retorna à fonte, mergulha nela e permanece enquanto Fonte. 
Isto é vichara. 
Esta investigação é chamada de “conhecimento”, jnana. 
Devoção é amar a sua Fonte. 
Quando você a ama com amor supremo, extremo, 
você será levado à Fonte e a conhecerá.


Maya [ilusão] tem uma grande rede 
com a qual ela pega peixes para si  de diversas formas. 
Quando um homem rejeita o mundo, 
o samsara [ciclo de renascimentos, vida ilusória], 
existem inúmeras armadilhas à sua espreita. 
Ele pode ser pego de várias maneiras. 
Ele pode até deixar seus amigos, 
família e comunidade, 
mas pode acabar na armadilha de uma nova comunidade, um ashram. 
Ou ele pode cair na armadilha de ler livros espirituais. 
Ficar perdido nesses livros é uma grande armadilha. 
Onde quer que você vá, maya tem uma armadilha lá esperando por você. (…) Você pode ser um devoto que entoa mantras o dia todo, 
mas então seu rosário acabará sendo sua armadilha. 
Você pode pensar “Estou contanto contas todos os dias. Estou indo bem!” (…) Quem está livre dessas armadilhas? 
Ninguém. 
Porque qualquer coisa que você faça ou pense, 
qualquer coisa que você imagine, é uma armadilha de maya.
Entretanto, deixe-me dizer que todas essas armadilhas são imaginárias. Uma vez que você saiba que elas são todas armadilhas, 
saberá que elas estão todas em sua imaginação. 
Não há porta que esteja lhe trancando. 
Você é livre para sair de qualquer armadilha na qual se encontre.


Qualquer coisa que você experimente, rejeite. 
Onde quer que você esteja, rejeite este lugar. 
Qualquer coisa que você perceba, conceba ou veja, 
rejeite tudo como “não isso, não isso”. 
Separe-se de todas essas coisas. 
No final você chegará a algum lugar, a um certo conhecimento, 
um conhecimento que não pode ser rejeitado. 
(…) Finalmente, o “eu” individual permanecerá desassociado de qualquer outra coisa, e então ele desaparecerá. 
E a dualidade desaparecerá com ele.


Para ser o que você é, para permanecer como o que você É, 
porque você precisaria de um mapa ou guia? 
Você já está lá. 
Qual exercício o trará mais perto? 
Qual caminho espiritual? 
Sob qual árvore bodhi você precisa sentar-se?


Eu lhe digo: ninguém está preso. 
Não há prisão. 
Ninguém é um buscador da liberação porque ninguém existe. 
Até mesmo a liberação não existe. 
Quem é você? 
Que é aquele que irá meditar?


O ser Iluminado não nasce mais porque não há destino para ele. 
O destino é apenas para aqueles que não se iluminaram, 
e eles estão inescapavelmente sob seu poder. 
Mas para o ser Realizado 
não há destino desde o momento em que ele Realizou.


Se você souber e entender que é esta Luz, esta Consciência, 
que está lhe animando, e que é esta Luz que faz todas as suas ações, então você não mais terá qualquer responsabilidade pessoal 
pelas ações que o corpo fizer. 
Apenas seja o instrumento para essa Consciência fazer o seu trabalho. Deixe seu corpo agir de acordo com as instruções dessa Consciência. Saiba que você é apenas um instrumento. 
Se você viver na Consciência, como Consciência, 
sem tomar nada – tal como um corpo – como “meu”, 
você viverá uma vida muito livre. 
Você será a própria liberdade. 
Você viverá muito bem, muito feliz, 
sabendo que você é a Consciência que está por trás de tudo, 
e não nenhum dos dramas que se manifesta nela. 
O sofrimento pode surgir, a felicidade por surgir; 
eles podem surgir ou desaparecer, 
mas você não ficará chateado ou exaltado, 
pois conhecerá a verdade, que é a Consciência, e estará vivendo nela.


Enquanto houver sujeito-objeto, 
ou qualquer dualidade, você está sonhando. 
Quando você acordar perceberá que nada jamais existiu.

Annamalai Swami - Como Estabelecer-se no Ser

Resultado de imagem para os ensinamentos finais de annamalai swami
* Extraído do livro: Os Ensinamentos Finais de Annamalai Swami.

Como Estabelecer-se no Ser

Pergunta: Eu venho seguindo os ensinamentos do Bhagavan há muitos anos, mas sem quaisquer benefícios aparentes. Eu não sinto paz alguma. O que é que estou fazendo de errado? Por que não obtenho resultados?
Annamalai Swami: A autoinquirição deve ser feita continuamente. Ela não funciona se você a considerar como uma atividade de meio período. 
Você pode estar fazendo alguma coisa que não prende seu interesse ou sua atenção, então pensa: “Ao invés disso vou praticar um pouco de autoinquirição”. 
Isso nunca vai funcionar. 
Você pode dar dois passos adiante quando pratica, mas dará cinco passos para trás quando terminar a prática e retornar às suas ocupações mundanas. 
É necessário um comprometimento de toda uma vida para estabelecer-se no Ser. 
Sua determinação em ter êxito deve ser firme e forte, e deveria se manifestar na forma de esforços contínuos, e não esparsos.
Você tem estado mergulhado na ignorância por muitas vidas, e está acostumado com isso. 
Todas as suas crenças profundamente enraizadas, todos os seus padrões de comportamento reforçam a ignorância e fortalecem o poder que ela exerce sobre você. 
Essa ignorância é tão arraigada, que está fortemente enredada em todas as suas estruturas psicológicas, que é necessário um esforço sólido por um longo período para livrar-se dela.
Os hábitos e crenças que a sustentam têm que ser desafiados repetidamente.
A ignorância é a ignorância do Ser, e para removê-la é necessário Autoconsciência. 
Quando você alcança a consciência do Ser, a ignorância desaparece. Se você não perder o contato com o Ser, a ignorância não poderá surgir.
Se existe escuridão, você a remove trazendo luz. 
A escuridão não é alguma coisa real e substancial que você tem que desenterrar e jogar fora. 
Ela é apenas a ausência de luz, nada mais. 
Quando se deixa entrar luz num quarto escuro, repentinamente a escuridão não está mais lá. 
Ela não desaparece gradualmente ou vai embora aos poucos; ela simplesmente deixa de existir quando o espaço é preenchido pela luz.
Isso é apenas uma analogia, porque o Ser não é como as outras luzes. Ele não é um objeto que você vê ou não vê. 
Ele está aí o tempo todo, brilhando como sua própria realidade. 
Se você se recusa a reconhecer sua existência, se você se recusa a acreditar que ele está aí, você coloca a si mesmo em uma escuridão imaginária. 
Ela não é uma escuridão real. 
É sua própria recusa intencional em reconhecer que você é a própria luz. 
Essa ignorância autoimposta é a escuridão que precisa ser banida pela luz da consciência do Ser. 
Temos que nos voltar repetidamente para a luz do Ser dentro de nós, até que nos tornemos um com ela.
Bhagavan [Ramana Maharshi] falou sobre voltar-se para dentro e encarar o Eu Real. 
Isso é tudo o que é necessário. 
Quando olhamos para fora, nos envolvemos com os objetos e perdemos a consciência do Ser que brilha dentro de nós. 
Mas quando, pela prática frequente, ganhamos força para manter nosso foco no Ser, nos tornamos um com Ele e a escuridão da ignorância do Eu Real se dissipa. 
Então, muito embora continuemos a viver nesse corpo falso e irreal, nós habitaremos no oceano de bem-aventurança que nunca desaparece ou diminui.
Isso não vai acontecer em um instante, porque muitas vidas de pensamentos equivocados e ignorantes tornaram impossível para a maioria de nós focar atentamente e regularmente no Ser dentro. 
Se você deixar sua casa e começar a caminhar para longe dela, e se esse hábito perdurar por muitas vidas, provavelmente você estará bem longe de casa quando finalmente decidir que já chega, e que você quer voltar para o lugar de onde começou. 
Não se deixe desencorajar pela extensão da jornada, e não relaxe em seus esforços para chegar em casa. 
Vire 180º para voltar-se para a fonte de sua jornada exterior, e continue indo em direção ao lugar de onde você começou. 
Ignore a dor, o desconforto, e a frustração de parecer não estar chegando a lugar algum. 
Mantenha-se movendo de volta à fonte, e não deixe que nada o distraia no caminho. 
Seja como o rio em sua jornada de volta ao oceano. 
Ele não pára, se desvia, ou decide correr morro acima por um tempo. Ele não se distrai. 
Ele apenas se move lenta e constantemente de volta ao lugar de onde suas águas se originaram. 
E quando o rio se dissolve no oceano, ele deixa de existir. 
Somente o oceano permanece.
Jiva [o eu individual] veio de Siva e tem que voltar para Siva novamente. 
Se houver uma grande fogueira e uma brasa incandescente pular para fora dela, o fogo na brasa logo se extinguirá. 
Para reacendê-lo é preciso colocá-lo de volta na fogueira, de volta à sua fonte candente.
Não existe felicidade na separação. 
O jiva não sente felicidade, contentamento ou paz enquanto ele permanecer um ser separado. 
O ser separado surge do Eu Real. 
Ele tem que voltar para lá e lá findar. 
Somente então haverá paz eterna.
A energia da mente vem do Ser. 
No estado de vigília a mente atua como uma entidade separada. Durante o sono ela retorna à fonte. 
Ela aparece e retorna repetidamente. 
Ela faz assim porque não conhece a verdade do que realmente é. 
Ela é o Ser apenas, mas sua ignorância deste fato a faz miserável. 
É este sentimento de separatividade que faz surgir os desejos, sofrimento e infelicidade. 
Mantenha a mente no Ser. 
Fazendo isso você pode viver em paz tanto acordado quanto enquanto estiver adormecido. 
No estado de sono profundo todas as diferenças cessam. 
Se você mantiver a mente no Ser durante o estado de vigília, também não haverá diferenças e nem distinções. 
Você verá tudo como seu próprio Ser.