terça-feira, 9 de junho de 2015

O Existencialismo é um Humanismo



(Texto que expressa ideias descendentes do livro O Existencialismo é um Humanismo - de Jean Paul Sartre.
As frases entre aspas são de autoria de Sartre.)

"A Existência Precede a Essência"
O homem é bom por natureza? É mal por natureza?
Segundo o existencialismo, o homem nem é bom nem é mal pelo fato de não possuir uma essência que o defina, um destino que o limite, por não possuir um criador que lhe ordene o que ele deve ser.
Somente vivendo, somente existindo é que o homem se constrói e se define.
Portanto, a existência do homem é que dita quem ele é e quem ele será, sendo livre para escolher ser bom, da mesma forma que é livre para escolher ser mal... logo sua existência vem antes da sua essência...


"Deus Não Existe e Devemos Assumir as Consequências Disso"
Existem tanto filósofos existencialistas cristãos (como Kierkegaard e Jasper) como ateus (Martin Heideger e Sartre)... e eu, particularmente, curto mais os filósofos ateus (sabe-se lá o porquê...)

E supondo que não haja um deus para dar ordens ao homem e dizer como ele deve viver, como ficaria a moralidade e os valores para o existencialista? Seria nula? Absolutamente, não!

O homem existencialista não é um animal vigiado por um ser supremo. 
É um ser livre, é liberdade pura, é um ser "condenado a ser livre".
Condenado pelo fato de não poder livrar-se da liberdade. 
Até mesmo não escolher, também é uma escolha...
E a moralidade e valores desse ser são de responsabilidade dele próprio... por isso, o filósofo existencialista se questiona diante de uma importante decisão: "e se todos agissem do mesmo modo"? 
E se todos se comportassem da mesma forma que eu me comporto? Como estaria o mundo?

Dessa forma, o existencialista toma a maior das responsabilidades para si, pois escolhe tanto para si mesmo quanto para o outro: se age de forma injusta, está permitindo que a humanidade inteira seja injusta também; mas, se age com nobreza, também abre as portas para que o restante da humanidade siga o seu comportamento como exemplo.
O existencialista tem a responsabilidade de ser um exemplo para os outros, não havendo um ser supremo para lhe ditar as regras, ele próprio as constrói...


"A Existência de Deus É Irrelevante"
Kierkegaard, filósofo existencialista, comenta sobre o desamparo e a angústia de Abraão.
Para quem não recorda a "estória", um anjo apareceu a Abraão e ordenou que este sacrificasse seu próprio filho como oferenda a Deus.
E se fosse você?
E se você ouvisse uma voz, que dizendo-se ser Deus, te ordenasse a matar o teu filho ou outra pessoa importante para você? O que você faria?
Qual a prova que você poderia ter de que Deus estava falando com você?
Como saber se você não enlouqueceu?
E como saber se a voz era de Deus ou do diabo?

Esse é o desamparo e a angústia de Abraão... numa hora dessas, supondo que Deus exista, somente o próprio homem pode escolher o que fazer, se cometerá o assassinato ou não... se seguirá as ordens de "Deus" e como iria encarar a sociedade... sozinho, deveria arcar com todas as consequências de seus atos, sendo portanto, a própria existência de Deus irrelevante...



"Só Existe Realidade na Ação"
Se você nunca viveu um grande amor, como pode saber se o amor realmente existe?
No existencialismo não há espaço para devaneios, fantasias, imaginações e contos de fadas...
Primeiro viva um grande amor, somente então poderá falar sobre ele. 
Ninguém tem o direito de falar sobre aquilo que não experimentou, sobre o que ainda não foi vivido.

Seria, então, o existencialismo uma forma pessimista de ver a vida? 
Como ficam os sonhos do indivíduo?
"O existencialismo é um humanismo" e justamente por isso, preconiza a ideia de que não devemos nos contentar com o sonho, mas sim, tornar o sonho uma realidade. Visto que temos uma única existência, que ela seja moldada a partir das nossas ações para se tornar a melhor realidade que nos seja possível...
Portanto, "não existe outro amor além daquele que se constrói"...



 

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