terça-feira, 23 de junho de 2015

Isto É Gestalt



São por volta das 16h.
Pouca coisa pra fazer no trabalho, sobra-me tempo para escrever algum texto.

Recordo que Sr. Scofield propôs um desafio ao grupo:
Pegar um livro, uma revista, um e-book ou o que seja, abrir aleatoriamente em alguma página, ler o que estiver nela e então produzir um texto reflexivo no estilo "Flow"....
Desafio aceito!

O livro que tenho em mãos hoje é Isto É Gestalt, publicado por John O. Stevens.
Trata-se de uma coletânea de artigos sobre Gestalt-Terapia, escritos pelo próprio Frederik Perls e outros teóricos da área.

Ainda não cheguei a página 100, mas para cumprir com o desafio, abri o livro em uma página aleatória que foi a... 196.
Trata-se do capítulo Totalidade e Auto-Sustentação, escrito por Stephen A. Tobin...

Um determinado parágrafo me chama a atenção:

"Um dos passos que a maioria das pessoas tem que dar numa terapia bem sucedida é desistir da esperança".

Uau! Se eu tivesse ouvido isso há alguns anos antes de conhecer o Zen e a Gestalt, teria achado esse comentário simplesmente absurdo, afinal, o que significa desistir da esperança?
Não é através dela que o indivíduo consegue forças para prosseguir?
Vamos entender a ideia de Tobin dentro de seu próprio contexto:

A maioria das pessoas vive num grau de miséria e infelicidade interior tremendas.
Tudo o que elas tem é a esperança de que o futuro será melhor, de que boas coisas irão acontecer e que elas NÃO precisam fazer nada para alcançar isso, não é verdade? Quem não conhece esse tipo de pessoa?
Que acha que Deus vai fazer algum milagre, que sua vida vai ser renovada, mas que ela não precisa fazer nada para que a mudança aconteça?
Eu já conheci várias...

O que Tobin quer dizer é:

"LOOSE YOUR MIND AND BECOME TO YOUR SENSES -
PERCA SUA MENTE E TORNE-SE OS SEUS SENTIDOS"

Isso significa deixar as fantasias de lado, pensamentos sobre o futuro, esperanças de que coisas melhores virão em detrimento de viver o presente.
Esta é, de fato, uma ideia totalmente radical para uma pessoa comum.
Ela está tão acostumada a viver no futuro... deixar a felicidade para alguma oportunidade mais à frente... para quando estiver de férias, para quando terminar a faculdade, vier a aposentadoria, quando as crianças crescerem... sempre pensando que a felicidade virá em alguma oportunidade futura como uma luz no fim do túnel...

Mas isso não vai acontecer. A pessoa de hoje será basicamente a mesma de amanhã e a mesma daqui há 10 anos se ela não fizer mudanças psicológicas para tornar-se aquilo que ela pode se tornar.

E outra: torna-se os sentidos requer rebeldia.
Requer abrir mão das velhas crenças e pensamentos antiquados que existem na mente para viver no agora, ouvindo, vendo e vivenciando tudo o que puder ser ouvido, visto e vivenciado no presente.
Requer um tipo de "responsabilidade", uma habilidade de responder de forma inteligente e realmente viva... intuitiva e exatamente por isso, imprevisível...

É difícil encontrar alguém assim.
Alguém disposto a abrir mão da própria mente para viver de acordo com os seus próprios sentidos e sentimentos, de momento em momento, capaz de responder de acordo com as necessidades que a situação lhe propôr...

A ideia é essa.
Espero que minha parte do desafio tenha sido cumprida.
Deixo ao Sr. Scofield tomar a decisão se cumpri ou não...
Hehe

Até a próxima...

2 comentários:

  1. Cara, fiz um exercício de flow com psicodrama e achei bem interessante o resultado, realmente, me deu uma percepção sobre coisas que eu negava pra mim mesmo, fiquei ate meio perplexo com as conclusões que tirei.

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  2. Sim.
    Flow, psicodrama, estar no aqui e agora... podem tornar conscientes conteúdos internos que antes eram inconscientes.
    São uma boa forma de "des-censurar" a mente crítica e permitir que tais conteúdos se manifestem em sua totalidade.
    Eu aconselharia a continuar praticando essas técnicas, principalmente o flow...
    Seja verbal ou escrito, ele pode literalmente livrar a mente de muitos julgamentos críticos que estamos acostumados a fazer.

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