quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Realidade na Ação


 
E dizia o filósofo existencialista Jean Paul Sarte: "Só Existe Realidade Na Ação".

Semana passada, estive conversando com um colega de jornada.
Ele vive reclamando das mulheres, que elas estão em falta na vida dele, que não consegue atraí-las e que quando atrai alguma, só são as mais feias...
Então perguntei: "você dá nota às mulheres". Ele respondeu que sim.
"E a si mesmo? Que nota você merece como homem?"
Ele pensou por um instante e respondeu: "acho que sou um nota 3..."
Aplicando um pouco de PNL, perguntei: "e o que você precisaria fazer para melhorar a sua nota?"
Ele me disse coisas que estavam de alguma forma relacionadas à aparência: "preciso de roupas melhores, fazer plástica, ter um shape foda, melhorar meu status financeiro e social..."

Quando foi esta semana, eu o reencontrei.
"Lembra da nossa última conversa? O que você tem feito para realizar aqueles seus objetivos?"
Ele respondeu: "absolutamente nada..."

A você que está lendo... isso lhe parece familiar?
Quantas vezes nós mesmos sabemos que precisamos tomar uma determinada atitude mas não tomamos?
Quantas vezes já vimos nossos conhecidos precisando de mudanças em suas vidas mas não agem da forma que precisariam agir?
Este é um fenômeno crucial...
O homem sabe que precisa mudar mas não age de forma que a mudança se converta em uma realidade.

A respeito disso, o especialista na área de concursos, William Douglas, dizia que se estamos numa determinada situação incômoda e não fazemos nada para mudar, provavelmente é "porque não está doendo tanto".

O processo de mudança parece ter alguma semelhança com o processo de nascimento.
No processo de nascimento, passamos 9 meses no ventre da mãe.
Temos alimentação disponível, conforto e segurança... é tudo tão tranquilo que não precisamos nem respirar... a mãe faz isso pelo bebê.
Mas em dado momento, chega a hora nascer.
É algo que o bebê não estava esperando.
E é bom que seja assim, que seja algo tão natural...
Já imaginaram se o bebê fosse um intelectual que sentisse "ansiedade de nascimento" por não saber o que o aguardaria do lado de fora? Se fosse assim, conheço muitos caras que estariam dentro do ventre da mãe até hoje... tudo por medo do desconhecido, por medo das novidades, por medo de serem aventureiros...

E nesta parte, podemos pensar também nos casos das "promessas de fim de ano".
"No ano novo, pararei de beber, vou me alimentar corretamente e praticar exercício físico..."
Certamente, todos já ouvimos coisas parecidas.
Para mim, é curioso que as pessoas resolvam fazer esse tipo de promessa principalmente nas épocas de fim e começo de ano.
E isso acontece porque essa época de virada de ano cria uma ilusão de que há realmente mudanças acontecendo nas vidas das pessoas... ocorre o natal, a entrada de ano, o calendário termina e outro começa... passa-se a ilusão de que há algo diferente acontecendo no mundo externo, mas tudo isso é tão ingênuo... a pessoa do ano passado é a mesma do ano novo... quem mudou foi só o ano do calendário e não a pessoa.
Mas quem vive na ingenuidade sempre achará que ano novo é a época propícia para mudanças, como se o resto do ano não fosse...

Concluindo... para fazer mudanças é preciso dar nascimento a si mesmo.
Sair da zona de conforto, ainda que seja desconfortável, para então realizar o objetivo e poder voltar a uma nova zona de conforto, só que dessa vez, uma melhor que a anterior...

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