sexta-feira, 22 de maio de 2015

Krishnamurti - O Observador é o Observado

4 de março de 2015

By Jidu Krishnamurti

"O observador é o observado
Não trate o sofrimento como sua coisa preciosa particular. 
Ele é partilhado por toda a humanidade. 
Trate dele não como seu sofrimento particular, seu calmo sofrimento particular, mas como o sofrimento de todos os seres humanos, seja você homem ou mulher, rico ou pobre, sofisticado ou no ápice de sua excelência.

Por favor, não trate de todos esses fatores como medo, prazer, sofrimento, amor, e assim por diante como alguma coisa separada de cada um. 
Você deve abordar essa coisa toda integralmente, não fragmentadamente. 

Se você aborda isto fragmentadamente, nunca vai resolvê-la. Assim, olhe para a ganância, dor, sofrimento, como um movimento integral de vida, não uma coisa diferente da vida. Essa é nossa vida diária. Para descobrir se há um fim para tudo isto – para a miséria, o conflito, dor, sofrimento e medo – a pessoa deve ser capaz de percebê-los, a pessoa deve ser capaz de estar consciente deles.

Devemos compreender o que é percepção, como olhar. 
É o observador que olha para tudo isto – a pobreza, a solidão, a angústia, a incerteza, o sofrimento diferente de tudo isso ou ele é tudo isso? 

Vou explicar. 
Nós separamos o “eu”, que é o observador, daquilo que ele está observando. 
Eu digo, eu estou sofrendo e digo para mim mesmo que esse sofrimento deve acabar, e para acabar com ele, devo suprimi-lo, devo fugir dele, devo seguir certo sistema. Então, eu sou diferente do medo, do prazer, da dor, sofrimento.

Você é diferente de tudo isso? 
Ou você pode pensar que existe alguma coisa em você que é totalmente diferente de tudo isso. 
Se você pensa isso, é parte do seu pensamento e, portanto não há nada sagrado aí. Então, é o observador diferente do observado? Quando você está furioso, invejoso, bruto, violento, você não é tudo isso? 

O meditador é a meditação. 
Por favor, senhor, pense nisto.
O observador é o observado.
Veja a importância disto. 

Antes, nós dividimos o observador do observado. 
Isso significa que existe uma divisão entre isso e o outro. 
Então, havia conflito.
Você podia, assim, controlar isto, suprimir, brigar com isto, mas se você é isso, se você é o sofrimento, se você é o medo, se você é o prazer, você é a conglomeração de tudo isto. 

Perceber esse fato é uma tremenda realidade; portanto, não existe divisão e, portanto, não existe conflito; o observador é o observado. 
Então uma ação totalmente diferente acontece, uma ação química totalmente diferente acontece."


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