4
de março de 2015
By Jidu Krishnamurti
"O observador é o observado
Não trate o sofrimento como sua coisa preciosa
particular.
Ele é partilhado por toda a humanidade.
Trate dele não
como seu sofrimento particular, seu calmo sofrimento particular, mas
como o sofrimento de todos os seres humanos, seja você homem ou
mulher, rico ou pobre, sofisticado ou no ápice de sua excelência.
Por favor, não trate de todos esses fatores como
medo, prazer, sofrimento, amor, e assim por diante como alguma coisa
separada de cada um.
Você deve abordar essa coisa toda
integralmente, não fragmentadamente.
Se você aborda isto
fragmentadamente, nunca vai resolvê-la. Assim, olhe para a
ganância, dor, sofrimento, como um movimento integral de vida, não
uma coisa diferente da vida. Essa é nossa vida diária. Para
descobrir se há um fim para tudo isto – para a miséria, o
conflito, dor, sofrimento e medo – a pessoa deve ser capaz de
percebê-los, a pessoa deve ser capaz de estar consciente deles.
Devemos compreender o que é percepção, como
olhar.
É o observador que olha para tudo isto – a pobreza, a
solidão, a angústia, a incerteza, o sofrimento diferente de tudo
isso ou ele é tudo isso?
Vou explicar.
Nós separamos o “eu”,
que é o observador, daquilo que ele está observando.
Eu digo, eu
estou sofrendo e digo para mim mesmo que esse sofrimento deve
acabar, e para acabar com ele, devo suprimi-lo, devo fugir dele,
devo seguir certo sistema. Então, eu sou diferente do medo, do
prazer, da dor, sofrimento.
Você é diferente de tudo isso?
Ou você pode
pensar que existe alguma coisa em você que é totalmente diferente
de tudo isso.
Se você pensa isso, é parte do seu pensamento e,
portanto não há nada sagrado aí. Então, é o observador
diferente do observado? Quando você está furioso, invejoso, bruto,
violento, você não é tudo isso?
O meditador é a meditação.
Por
favor, senhor, pense nisto.
O observador é o observado.
Veja a importância disto.
Antes, nós dividimos
o observador do observado.
Isso significa que existe uma divisão
entre isso e o outro.
Então, havia conflito.
Você podia, assim,
controlar isto, suprimir, brigar com isto, mas se você é isso, se
você é o sofrimento, se você é o medo, se você é o prazer,
você é a conglomeração de tudo isto.
Perceber esse fato é uma
tremenda realidade; portanto, não existe divisão e, portanto, não
existe conflito; o observador é o observado.
Então uma ação
totalmente diferente acontece, uma ação química totalmente
diferente acontece."
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