segunda-feira, 25 de maio de 2015

Osho - Zorba, o Buda

Osho - Zorba, o Buda

"Visualize uma vida do tipo Zorba, o grego – comidas, bebidas, divertimento, sensualidade, paixão...

Às vezes podemos pensar que este é o caminho...
Outras vezes podemos pensar que o caminho é sentar silenciosamente, atento, imóvel, como um monge.
Então, surge a dúvida: o que devemos ser – Zorbas ou monges?
Será que podemos ser ambos? Zorbas, movidos pela paixão e pelos desejos, e Budas, desapaixonados, calmos e tranqüilos?

Esta é a síntese suprema. Quando o Zorba se torna um Buda.
Zorba é lindo, mas alguma coisa está faltando. Ele é da terra, tem raízes, mas ele não tem asas. Ele não pode voar pelo céu. Ele tem raízes, mas não tem asas.
Comer, beber e se divertir, em si, é perfeitamente bom – não há nada de errado nisso.
Mas não é suficiente. 

Breve você se cansará disso. Breve o sonho se torna monotonia – porque é repetitivo. Apenas uma mente muito medíocre pode continuar indefinidamente feliz com isso.
O próprio Buda foi um Zorba.
Ele teve todas as mais lindas mulheres que havia no seu país.
Seu pai providenciou para que todas as lindas garotas estivessem à sua volta.
Ele teve os mais belos palácios – diferentes palácios para as diferentes estações.
 
Ele teve todo o luxo possível. Ele viveu a vida de Zorba, o Grego, por isso, quando tinha apenas 29 anos, ficou absolutamente frustrado.
Ele era um homem muito inteligente. Se tivesse sido um homem medíocre, ele teria continuado a viver assim.
 
A experiência da vida é muito amarga. Ela é doce apenas na imaginação.
Ele fugiu do palácio, das mulheres, da riqueza, do luxo, de tudo mais...
Assim, não devemos ser contra Zorba, o Grego, porque Zorba, o Grego é a própria origem de Zorba, o Buda.
 
Buda surge a partir dessa experiência.
Assim seja totalmente a favor deste mundo, pois o outro mundo só pode ser experimentado através deste mundo.
Não fuja do mundo, não torne-se um monge.
Viva neste mundo, porque este mundo proporciona um certo amadurecimento, uma certa maturidade, integridade.
 
Os desafios deste mundo lhe dão centramento, consciência.
Então, você pode mover-se de Zorba para Buda.
Apenas os Zorbas se tornam Budas – e Buda jamais foi um monge.
Um monge é aquele que nunca foi Zorba e ficou encantado com as palavras dos Budas.
 
Quando um monge se afasta do mundo, ele vai lutando com o mundo.
Ele não parte relaxado. Todo seu ser é atraído pelo mundo. Ele se torna dividido.
Metade do seu ser é por este mundo e a outra metade se tornou ávida pelo outro.
Um monge é basicamente uma pessoa dividida entre o mais baixo e o mais alto.
Mas lembre-se que você só pode alcançar o mais alto apenas quando viveu inteiramente o mais baixo – somente passando por toda agonia e todo êxtase do mais baixo.
 
Antes de uma flor de Lótus se transformar numa flor de Lótus, ela tem que se mover através da lama – essa lama é o mundo.
O monge fugiu da lama, talvez por causa do ego. Mas se ele quiser florescer como flor de lótus, ele terá que cair na lama – ele terá que viver essa contradição. Sem a contradição de viver na lama, não há como ir além.
Não anseie pelo outro mundo. Viva este mundo e viva-o com intensidade, com paixão.
 
Viva com totalidade, com todo o seu ser.
E a partir dessa total confiança, a partir dessa vida de paixão, amor e alegria, você se tornará capaz de ir além.
O outro mundo está oculto neste mundo.
 
O Buda está adormecido no Zorba. Precisa ser despertado. E ninguém pode despertar você, a não ser a própria vida.
Seja total onde quer que você esteja – viva essa condição totalmente.
 
E somente ao viver uma coisa totalmente você pode transcendê-la.
Primeiro torne-se um Zorba, uma flor desta terra, ganhando através disso a capacidade de se tornar um Buda – a flor do outro mundo.
 
O outro mundo não está distante deste mundo; o outro mundo não é contra este mundo. O outro mundo está oculto neste.
Este é apenas uma manifestação do outro, e o outro é a parte não-manifesta deste."

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